Warning: Undefined array key 0 in /var/www/vhosts/4x4dev.com.br/httpdocs/thmais/wp-content/themes/Newspaper-child/functions.php on line 690

Warning: Undefined array key 0 in /var/www/vhosts/4x4dev.com.br/httpdocs/thmais/wp-content/themes/Newspaper-child/functions.php on line 690
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio
spot_img

compartilhar:

FOLHAPRESS – O trocadilho é irresistível: “The Flash”, sobre um super-herói velocista, é um filme que está sempre correndo. Não interessa do que e para onde. À história, é essencial apenas a sensação de movimento.

Seus primeiros minutos são um bom exemplo disso, até porque a cerimônia em torno da ação chama mais a atenção que a ação em si.

O protagonista, Barry Allen, vivido por Ezra Miller, começa a história na luta para pedir um sanduíche em um café antes do trabalho, para o qual já está atrasado. Quando o atendente enfim começa a preparar seu pedido, porém, uma emergência da Liga da Justiça o obriga a largar tudo.

Aí Barry, já vestido como o Flash, se prepara para correr ao local, e eis que um grupo de garotas o interrompe, empolgadas com sua persona. O herói, esfomeado, avista uma barra de chocolate na mão de uma delas. A menina arremessa o doce, que cai no chão. Ele pega mesmo assim e sai correndo. Eis a primeira piada sem graça dessa maratona.

Tudo isso acontece em menos de cinco minutos, em uma brincadeira para revelar o título do filme. A peripécia revela a hiperatividade da narrativa, mas também o quanto ela mesma se distrai. Afinal, para que ir do ponto A ao ponto B -do dilema pessoal de Barry à urgência da Liga- quando há eventuais pontos C e D?

Esse zigue-zague se repete e cresce ao longo da história. O herói vive o drama de ter o pai culpado pelo assassinato da mãe, sabendo que a realidade é outra. Quando a justiça nega o recurso para libertar seu pai da prisão, o Flash descobre a habilidade de viajar no tempo, e decide mudar o passado para impedir a tragédia da família -o que gera uma nova realidade, onde os vigilantes com poderes não existem.

Para um filme tão antenado nas teorias físicas da viagem no tempo e do multiverso, “The Flash” é fiel à terceira lei de Newton, sobre ação e reação. Em particular a segunda parte. Os personagens só reagem aos eventos e não agem por conta própria nem quando deveriam.

Essa lógica é adequada. O longa é a conclusão simbólica ao universo de histórias proposto a partir de “O Homem de Aço”, de 2013. São produções que tentam desfazer os erros umas das outras desde o início, em uma fileira de dominós que se formou sem desenho aparente.

“The Flash” é a consequência de todas essas reações, uma sequência tão ampla que no fim ninguém sabe mais quem começou. Seu clímax, não por acaso, acontece logo antes da luta do Super-Homem com o General Zod em “O Homem de Aço”. Uma forma, talvez, de reencontrar o início desse efeito dominó.

Ao mesmo tempo, o confronto daquele filme foi muito criticado, há dez anos, pelo gozo com que se filmou a destruição da cidade de Metrópolis, seu palco. Para reverter isso, a batalha da vez acontece no deserto, cercada por figurantes digitais e uma estética que mais lembra um videogame da década passada.

É esse tipo de resolução neutra que o diretor, Andy Muschietti, aplica ao filme todo. O dilema desse bate e volta sem fim da franquia é resolvido na inércia criativa. Bom mesmo, deve pensar, é o zigue-zague do ritmo da história, que nunca para.

O filme vira então um tédio rápido, e, para piorar, sofre com uma tremenda falta de foco. A jornada de Barry, por exemplo, é interrompida a todo momento por outros heróis, que até tem espaço para serem explorados, mas permanecem superficiais.

Além do próprio herói, há sua versão alternativa, feita também por Miller e que não conheceu a tragédia da família; o Batman de Michael Keaton, que volta à ativa após resolver o trauma da aposentadoria sem razão aparente; e a Supergirl vivida por Sasha Calle, resgatada pelos heróis de uma prisão qualquer só para lutar contra Zod.

A trama vira um grande carrossel, portanto, que termina descartado para dar lugar a outro ainda maior, recheado de todas as participações especiais que só uma trama de multiverso permite.

Nesse momento, o cinismo que corrói o filme é visível nas referências. “The Flash” existe para satisfazer essa nostalgia de alguns, mas seu retorno ao passado se divide entre o carinho e a piada. É como se o público fosse visto como porcos em um chiqueiro, alimentados pelos próprios dejetos que regurgitaram anos atrás.

Tudo faz parte do zigue-zague do filme que, no fim, mantém imóvel o seu veloz personagem. “The Flash” existe nessa ilusão de movimento, tal qual o ritmo fabril da máquina impessoal que produz ele e todos os seus antecessores. Afinal, nada importa, tudo se reaproveita.

THE FLASH

Avaliação Ruim

Quando Estreia nesta quinta (15), nos cinemas

Classificação 14 anos

Elenco Ezra Miller, Michael Keaton e Ben Affleck

Produção Estados Unidos, 2023

Direção Andy Muschietti

PEDRO STRAZZA / Folhapress

‘The Flash’ é rápido o suficiente para disfarçar o desastre que vende

FOLHAPRESS – O trocadilho é irresistível: “The Flash”, sobre um super-herói velocista, é um filme que está sempre correndo. Não interessa do que e para onde. À história, é essencial apenas a sensação de movimento.

Seus primeiros minutos são um bom exemplo disso, até porque a cerimônia em torno da ação chama mais a atenção que a ação em si.

- Advertisement -anuncio

O protagonista, Barry Allen, vivido por Ezra Miller, começa a história na luta para pedir um sanduíche em um café antes do trabalho, para o qual já está atrasado. Quando o atendente enfim começa a preparar seu pedido, porém, uma emergência da Liga da Justiça o obriga a largar tudo.

Aí Barry, já vestido como o Flash, se prepara para correr ao local, e eis que um grupo de garotas o interrompe, empolgadas com sua persona. O herói, esfomeado, avista uma barra de chocolate na mão de uma delas. A menina arremessa o doce, que cai no chão. Ele pega mesmo assim e sai correndo. Eis a primeira piada sem graça dessa maratona.

Tudo isso acontece em menos de cinco minutos, em uma brincadeira para revelar o título do filme. A peripécia revela a hiperatividade da narrativa, mas também o quanto ela mesma se distrai. Afinal, para que ir do ponto A ao ponto B -do dilema pessoal de Barry à urgência da Liga- quando há eventuais pontos C e D?

Esse zigue-zague se repete e cresce ao longo da história. O herói vive o drama de ter o pai culpado pelo assassinato da mãe, sabendo que a realidade é outra. Quando a justiça nega o recurso para libertar seu pai da prisão, o Flash descobre a habilidade de viajar no tempo, e decide mudar o passado para impedir a tragédia da família -o que gera uma nova realidade, onde os vigilantes com poderes não existem.

Para um filme tão antenado nas teorias físicas da viagem no tempo e do multiverso, “The Flash” é fiel à terceira lei de Newton, sobre ação e reação. Em particular a segunda parte. Os personagens só reagem aos eventos e não agem por conta própria nem quando deveriam.

Essa lógica é adequada. O longa é a conclusão simbólica ao universo de histórias proposto a partir de “O Homem de Aço”, de 2013. São produções que tentam desfazer os erros umas das outras desde o início, em uma fileira de dominós que se formou sem desenho aparente.

“The Flash” é a consequência de todas essas reações, uma sequência tão ampla que no fim ninguém sabe mais quem começou. Seu clímax, não por acaso, acontece logo antes da luta do Super-Homem com o General Zod em “O Homem de Aço”. Uma forma, talvez, de reencontrar o início desse efeito dominó.

Ao mesmo tempo, o confronto daquele filme foi muito criticado, há dez anos, pelo gozo com que se filmou a destruição da cidade de Metrópolis, seu palco. Para reverter isso, a batalha da vez acontece no deserto, cercada por figurantes digitais e uma estética que mais lembra um videogame da década passada.

É esse tipo de resolução neutra que o diretor, Andy Muschietti, aplica ao filme todo. O dilema desse bate e volta sem fim da franquia é resolvido na inércia criativa. Bom mesmo, deve pensar, é o zigue-zague do ritmo da história, que nunca para.

O filme vira então um tédio rápido, e, para piorar, sofre com uma tremenda falta de foco. A jornada de Barry, por exemplo, é interrompida a todo momento por outros heróis, que até tem espaço para serem explorados, mas permanecem superficiais.

Além do próprio herói, há sua versão alternativa, feita também por Miller e que não conheceu a tragédia da família; o Batman de Michael Keaton, que volta à ativa após resolver o trauma da aposentadoria sem razão aparente; e a Supergirl vivida por Sasha Calle, resgatada pelos heróis de uma prisão qualquer só para lutar contra Zod.

A trama vira um grande carrossel, portanto, que termina descartado para dar lugar a outro ainda maior, recheado de todas as participações especiais que só uma trama de multiverso permite.

Nesse momento, o cinismo que corrói o filme é visível nas referências. “The Flash” existe para satisfazer essa nostalgia de alguns, mas seu retorno ao passado se divide entre o carinho e a piada. É como se o público fosse visto como porcos em um chiqueiro, alimentados pelos próprios dejetos que regurgitaram anos atrás.

Tudo faz parte do zigue-zague do filme que, no fim, mantém imóvel o seu veloz personagem. “The Flash” existe nessa ilusão de movimento, tal qual o ritmo fabril da máquina impessoal que produz ele e todos os seus antecessores. Afinal, nada importa, tudo se reaproveita.

THE FLASH

Avaliação Ruim

Quando Estreia nesta quinta (15), nos cinemas

Classificação 14 anos

Elenco Ezra Miller, Michael Keaton e Ben Affleck

Produção Estados Unidos, 2023

Direção Andy Muschietti

PEDRO STRAZZA / Folhapress

COMPARTILHAR:

spot_img
spot_img

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTICIAS RELACIONADAS

Thmais
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.