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Se não tivesse falecido aos 47 anos – em maio de 1994, por conta de uma pancreatite crônica – o cantor e compositor Sérgio Sampaio estaria completando 76 anos amanhã, dia 13 de abril de 2023.

E, para homenagear o artista nascido em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, nós vamos contar a história de sua composição mais famosa: Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua.

Sérgio Sampaio foi o compositor de “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua”, um grande clássico da MPB | Foto: vivasampaio.com.br

Quem foi Sérgio Sampaio?

Sérgio Sampaio começou a carreira como radialista e, em 1970 conheceu Raul Seixas, e gravou os seus primeiros compactos em parceria com o baiano, quando passou a ter mais visibilidade no cenário musical brasileiro.

Os dois lançaram – junto com mais dois artistas – o álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10.

Recolhido cerca de dois meses após o seu lançamento por ter sido lançado sem a aprovação da gravadora dos músicos na época, a CBS, o disco não teve tempo de ter vendagens expressivas ou de receber muitas críticas da mídia especializada.

Ainda assim, recebeu tratamento favorável por parte do público e da crítica relacionados à contracultura brasileira da época, como o poeta Torquato Neto. Anos depois, o álbum tornou-se objeto de interesse cult, especialmente por contar com a participação de Raul e Sérgio e por ter ficado mais de 20 anos fora de catálogo.

Sérgio Sampaio, Miriam Batucada, Edy Star e Raul Seixas, artistas que realizaram, em 1971, o LP Sociedade da Grã-Ordem Kavernista | Foto: Acervo Sylvio Passos e Dj Vivi Seixas/Divulgação/Redes sociais de Raul Seixas

VII Festival Internacional da Canção do Rio

A carreira de Sampaio deslanchou após o capixaba inscrever e apresentar sua canção Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua no VII Festival Internacional da Canção do Rio, em 1972. Apesar de não ter sido uma das vencedoras da competição, a canção conquistou o público e se tornou um sucesso estrondoso em todo o país.

Graças a essa popularidade, Sérgio Sampaio gravou o primeiro álbum da sua carreira, em 1973. Infelizmente, a canção foi o seu único trabalho que fez um grande sucesso em âmbito nacional.

Depois, ele ainda chegou a lançar mais dois discos um – em 1976 (Tem Que Acontecer) e outro em 1983 (Sinceramente) – mas sua carreira foi pontuada também por atitudes autodestrutivas – como o abuso de álcool e drogas – e conflitos com gravadoras e a indústria fonográfica.

O rótulo de “maldito” da MPB

Este comportamento, unido ao fato de sua produção musical ser marcada pelo experimentalismo e não se identificar exatemente com nenhum gênero e nem seguir as tendências das rádios e gravadores, Sampaio ganhou o rótulo de “maldito” da MPB, nome que também acompanha outros grandes nomes da nossa MPB como Walter Franco, Jards Macalé e Tom Zé

A partir daí, Sérgio Sampaio experimentou o ostracismo artístico, passando a viver de apresentações no circuito alternativo. Quando faleceu, se preparava para o lançamento de um álbum com inéditas, projeto que foi concluído por Zeca Baleiro, em 2006, e lançado com o nome de Cruel.

A história de Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua, de Sérgio Sampaio

Em 1972, Sérgio Sampaio estava insatisfeito com sua carreira na CBS e procurou Erasmo Carlos em busca de realizar seu maior sonho até então: ter uma música sua gravada por Roberto Carlos, seu ídolo e conterrâneo.

Durante o encontro, Sérgio também se queixou da censura sofrida internamente na na gravadora e também por parte da ditadura militar, que atuava no cerceamento das liberdades democráticas.

O artista afirmou que tinha vontade de “botar o bloco na rua, de botar para ferver, de se sentir livre”. Erasmo então o encorajou a compor uma canção justamente com aquela temática, dizendo que aquela sensação tomava conta de grande parte da classe artística brasileira naquele momento de repressão.

Sérgio deixou a casa do Tremendão com o refrão pronto em sua cabeça e concluiu a letra naquele mesmo dia. Depois de escutar Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua, Raul Seixas tentou emplacá-la na CBS, mas a direção da gravadora não confiou no potencial da música.

Então, o próprio Raul indicou-a para André Midani, diretor da Phillips-Phonogram, que ouviu, gostou e contratou Sérgio Sampaio para o elenco da companhia.

500 mil cópias vendidas em formato compacto

A canção foi apresentada no VII Festival Internacional da Canção do Rio, em 1972, e – mesmo não tendo saído como campeã – superou a marca de 500 mil cópias vendidas em formato compacto, sendo um dos maiores sucessos no carnaval carioca do ano seguinte.

Produzida por Raul Seixas, a canção foi finalmente gravada em estúdio para o lançamento do álbum de estreia da carreira solo de Sérgio Sampaio, que levaria o mesmo título da faixa e renderia a ele o Troféu Imprensa de Revelação do ano de 1973.

Apesar do sucesso de Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua, Sérgio não conseguiu deslanchar comercialmente: seu primeiro LP vendeu apenas cinco mil cópias. Por conta de seu comportamento questionador e de suas letras, Sérgio Sampaio também passou a sofrer inúmeros cortes da censura e perseguições políticas da ditadura militar. 

A censura

Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua foi censurada pelo suposto sentido de incitação da população contra as forças armadas. Na época, o exército levava tropas para as ruas, como meio de demonstrar força e controle para os cidadãos.

Sérgio Sampaio também queria colocar a sua tropa (bloco) na rua, com objetivos bem diferentes. O Durango Kid, que aparece na letra da canção, é uma metáfora para militares, no caso o inimigo que impedia o bloco de ser “botado” na rua. Durango Kid era um cowboy fictício do cinema e dos quadrinhos.

“A grande importância dessa canção é ter sido feita e lançada numa época em que as pessoas estavam muito amordaçadas e bastante medrosas de abrirem a boca para falar qualquer coisa”. declarou Sampaio em uma entrevista de 1989.

Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua foi citada pela revista Rolling Stone Brasil na trigésima oitava colocação na sua lista das 100 maiores músicas brasileiras, e foi regravada por diversos nomes da nossa MPB como:

  • Lenine;
  • Margareth Menezes;
  • Elba Ramalho;
  • e Ney Matogrosso.

A história da canção “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua”, de Sérgio Sampaio

Se não tivesse falecido aos 47 anos – em maio de 1994, por conta de uma pancreatite crônica – o cantor e compositor Sérgio Sampaio estaria completando 76 anos amanhã, dia 13 de abril de 2023.

E, para homenagear o artista nascido em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, nós vamos contar a história de sua composição mais famosa: Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua.

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Sérgio Sampaio foi o compositor de “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua”, um grande clássico da MPB | Foto: vivasampaio.com.br

Quem foi Sérgio Sampaio?

Sérgio Sampaio começou a carreira como radialista e, em 1970 conheceu Raul Seixas, e gravou os seus primeiros compactos em parceria com o baiano, quando passou a ter mais visibilidade no cenário musical brasileiro.

Os dois lançaram – junto com mais dois artistas – o álbum Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10.

Recolhido cerca de dois meses após o seu lançamento por ter sido lançado sem a aprovação da gravadora dos músicos na época, a CBS, o disco não teve tempo de ter vendagens expressivas ou de receber muitas críticas da mídia especializada.

Ainda assim, recebeu tratamento favorável por parte do público e da crítica relacionados à contracultura brasileira da época, como o poeta Torquato Neto. Anos depois, o álbum tornou-se objeto de interesse cult, especialmente por contar com a participação de Raul e Sérgio e por ter ficado mais de 20 anos fora de catálogo.

Sérgio Sampaio, Miriam Batucada, Edy Star e Raul Seixas, artistas que realizaram, em 1971, o LP Sociedade da Grã-Ordem Kavernista | Foto: Acervo Sylvio Passos e Dj Vivi Seixas/Divulgação/Redes sociais de Raul Seixas

VII Festival Internacional da Canção do Rio

A carreira de Sampaio deslanchou após o capixaba inscrever e apresentar sua canção Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua no VII Festival Internacional da Canção do Rio, em 1972. Apesar de não ter sido uma das vencedoras da competição, a canção conquistou o público e se tornou um sucesso estrondoso em todo o país.

Graças a essa popularidade, Sérgio Sampaio gravou o primeiro álbum da sua carreira, em 1973. Infelizmente, a canção foi o seu único trabalho que fez um grande sucesso em âmbito nacional.

Depois, ele ainda chegou a lançar mais dois discos um – em 1976 (Tem Que Acontecer) e outro em 1983 (Sinceramente) – mas sua carreira foi pontuada também por atitudes autodestrutivas – como o abuso de álcool e drogas – e conflitos com gravadoras e a indústria fonográfica.

O rótulo de “maldito” da MPB

Este comportamento, unido ao fato de sua produção musical ser marcada pelo experimentalismo e não se identificar exatemente com nenhum gênero e nem seguir as tendências das rádios e gravadores, Sampaio ganhou o rótulo de “maldito” da MPB, nome que também acompanha outros grandes nomes da nossa MPB como Walter Franco, Jards Macalé e Tom Zé

A partir daí, Sérgio Sampaio experimentou o ostracismo artístico, passando a viver de apresentações no circuito alternativo. Quando faleceu, se preparava para o lançamento de um álbum com inéditas, projeto que foi concluído por Zeca Baleiro, em 2006, e lançado com o nome de Cruel.

A história de Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua, de Sérgio Sampaio

Em 1972, Sérgio Sampaio estava insatisfeito com sua carreira na CBS e procurou Erasmo Carlos em busca de realizar seu maior sonho até então: ter uma música sua gravada por Roberto Carlos, seu ídolo e conterrâneo.

Durante o encontro, Sérgio também se queixou da censura sofrida internamente na na gravadora e também por parte da ditadura militar, que atuava no cerceamento das liberdades democráticas.

O artista afirmou que tinha vontade de “botar o bloco na rua, de botar para ferver, de se sentir livre”. Erasmo então o encorajou a compor uma canção justamente com aquela temática, dizendo que aquela sensação tomava conta de grande parte da classe artística brasileira naquele momento de repressão.

Sérgio deixou a casa do Tremendão com o refrão pronto em sua cabeça e concluiu a letra naquele mesmo dia. Depois de escutar Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua, Raul Seixas tentou emplacá-la na CBS, mas a direção da gravadora não confiou no potencial da música.

Então, o próprio Raul indicou-a para André Midani, diretor da Phillips-Phonogram, que ouviu, gostou e contratou Sérgio Sampaio para o elenco da companhia.

500 mil cópias vendidas em formato compacto

A canção foi apresentada no VII Festival Internacional da Canção do Rio, em 1972, e – mesmo não tendo saído como campeã – superou a marca de 500 mil cópias vendidas em formato compacto, sendo um dos maiores sucessos no carnaval carioca do ano seguinte.

Produzida por Raul Seixas, a canção foi finalmente gravada em estúdio para o lançamento do álbum de estreia da carreira solo de Sérgio Sampaio, que levaria o mesmo título da faixa e renderia a ele o Troféu Imprensa de Revelação do ano de 1973.

Apesar do sucesso de Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua, Sérgio não conseguiu deslanchar comercialmente: seu primeiro LP vendeu apenas cinco mil cópias. Por conta de seu comportamento questionador e de suas letras, Sérgio Sampaio também passou a sofrer inúmeros cortes da censura e perseguições políticas da ditadura militar. 

A censura

Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua foi censurada pelo suposto sentido de incitação da população contra as forças armadas. Na época, o exército levava tropas para as ruas, como meio de demonstrar força e controle para os cidadãos.

Sérgio Sampaio também queria colocar a sua tropa (bloco) na rua, com objetivos bem diferentes. O Durango Kid, que aparece na letra da canção, é uma metáfora para militares, no caso o inimigo que impedia o bloco de ser “botado” na rua. Durango Kid era um cowboy fictício do cinema e dos quadrinhos.

“A grande importância dessa canção é ter sido feita e lançada numa época em que as pessoas estavam muito amordaçadas e bastante medrosas de abrirem a boca para falar qualquer coisa”. declarou Sampaio em uma entrevista de 1989.

Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua foi citada pela revista Rolling Stone Brasil na trigésima oitava colocação na sua lista das 100 maiores músicas brasileiras, e foi regravada por diversos nomes da nossa MPB como:

  • Lenine;
  • Margareth Menezes;
  • Elba Ramalho;
  • e Ney Matogrosso.

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