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Hoje é aniversário de uma das maiores artistas da nossa MPB de todos os tempos: Sandra Sá!

Multiartista, a cantora, compositora, atriz e instrumentista carioca, que despontou na década de 80, é considerada a Rainha do Soul Brasileiro, com sua voz potente, interpretação voraz, cheia de suingue e letras que trazem mensagens importantes sobre conscientização social.

Nos anos 90, Sandra fez um trocadilho com a sigla MPB, dizendo que ela podia ser também sobre Música Preta Brasileira, refletindo sobre:

“A nossa música é essencialmente preta – suingada/balançante – pois começa e termina no tambor, no suingue: Não há ritmo que cantemos ou toquemos aqui que não contenha um toque de brasilidade. Isto é a nossa pretitude. Até porque se é popular, é do nosso povo, que é altamente miscigenado.”

Para homenagear Sandra Sá neste dia especial, nós preparamos uma matéria que faz um passeio por sua vida e obra nesses 68 anos de existência! Aproveite!

Sandra Sá é considerada a Rainha do Soul Brasileiro | Foto: Reprodução/Instagram

Sandra Sá

O início de tudo

Sandra Cristina Frederico de Sá nasceu em Pilares, subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, em 1955. Seu pai era baterista e a música esteve sempre muito presente em sua vida. O avô de Sandra é cabo-verdiano, daí vem a sua ancestralidade africana.

Acompanhando seu pai em shows, em sua adolescência, Sandra frequentava os bailes de gafieira, de samba e de soul de Pilares e região, além da quadra da escola de samba Caprichosos de Pilares, que frequenta até os dias atuais. 

Aprendeu sozinha a tocar violão e começou a compor suas letras ainda bem novinha. Com o incentivo dos pais, passou a se apresentar em escolas de samba. 

Em 1976, entrou na faculdade de Psicologia na Universidade Gama Filho e, no ano seguinte, conheceu o grupo de cantores e compositores: Joanna, Solange Boeke, Sarah Benchimol e Fafy Siqueira. Esta última, também atriz, passou a inscrever Sandra Sá em vários festivais pelo Rio de Janeiro.

Morenando

Em 1978, sua composição Morenando foi gravada pela grande sambista Leci Brandão. Em 1980, como era muito amiga de João e Lucinha Araújo, os pais de Cazuza e,  depois – também do próprio CazuzaSandra foi inscrita por eles no Festival MPB, da Rede Globo, no qual classificou a sua música: Demônio Colorido, que ficou entre as dez finalistas.

Esse foi o pontapé inicial para uma carreira de sucesso e Sandra Sá passou a ser  conhecida no Brasil inteiro. Logo em seguida, foi contratada pela gravadora RGE, onde Cazuza trabalhava como divulgador. Anos depois, o primeiro grande show da banda de Cazuza, Barão Vermelho, aconteceu na abertura de um show de Sandra, no Morro da Urca.

Os primeiros álbuns de Sandra Sá

Neste mesmo ano de 1980, Sandra Sá deixou a faculdade de Psicologia – antes de finalizar o curso – para dedicar-se integralmente à carreira artística, e lançou o seu primeiro álbum: Demônio Colorido.

Entre as canções do disco, estão:

  • a faixa-título;
  • Pé de Meia;
  • Essa Figura (essa e as faixas acima são composições de Sandra);
  • Bandeira;
  • Cantar (essa e a anterior de Sandra em parceria com Fafy Siqueira);
  • Saudade Vadia (parceria com Fátima e Solange);
  • além de gravações de Cavalo Ferro (de Fagner e Ricardo Bezerra);
  • É (de Gilberto Gil);
  • e Vinte e Poucos Anos (de Fábio Júnior).

Em 1982, a artista lançou o seu segundo álbum, Sandra Sá (Sandra só começou usar o “de Sá” como nome artístico alguns anos depois, e nos dias atuais tirou novamente o “de”), onde grava, pela primeira vez, um dos maiores sucessos de sua carreira: Olhos Coloridos, canção do compositor Macau

Outros sucessos do disco são as composições de Sandra:

  • Se Grile Não;
  • Ousadia (com Fafy Siqueira);
  • Sobreviver (com Monica Odeh);
  • Amor Meu (de Luiz Melodia e Ricardo Augusto);
  • Música Maravilha (de Tunai e Sérgio Natureza);
  • e Preciso Urgentemente Falar com Cassiano (de Fábio e Paulo Imperial).

Em 1983, Sandra Sá lançou o LP Vale Tudo, que teve a participação especial de Tim Maia, grande amigo de Sandra, que escolheu a cantora para fazer dueto com ele em sua canção, a qual dá nome ao disco. Tim e Sandra sempre tiveram uma grande identificação musical, por conta das fortes influências da black music em suas carreiras.

Outros sucessos do disco são:

  • Trem da Central (de Sandra, Macau e Durval Ferreira);
  • Musa (só de Sandra);
  • Onda Negra (de Irinéa Maria Ribeiro);
  • e Só As Estrelas (de Guilherme Arantes).

Maternidade e premiações

Em 1984, nasceu Luiz Jorge Frederico de Sá, único filho da cantora, que escolheu Cazuza para ser seu padrinho.

Neste mesmo ano, a artista lançou o disco Sandra Sá, que traz duas músicas sobre a maternidade:

  • Muito Prazer (de Guto Graça Melo e Naila Skorpio) e Filho (de Jamil Joanes).

Além disso, traz as canções tradicionais:

  • Canto de Oxóssi;
  • Canto de Oxum;
  • Baticum (Lulu Santos e Nelson Motta);
  • Férias de Verão (Guilherme Arantes);
  • e Sem Conexão com o Mundo Exterior (Cazuza e Frejat).

Ainda em 1984, Sandra teve muito sucesso com a gravação da canção Enredo do Meu Samba, de Dona Ivone Lara e Jorge Aragão, que tornou-se música de abertura da novela Partido Alto. Em toda a sua carreira, Sandra Sá foi uma das maiores cantoras de trilha e aberturas de novela.

Em 1986, ela lançou o álbum Sandra Sá, que traz outros quatro grandes hits de sua carreira: os super sucessos:

  • Retratos e Canções e Joga Fora (ambas de Michael Sullivan e Paulo Massadas);
  • Solidão (Chico Roque e Carlos Colla);
  • e Não Vá (de Sandra Sá e Mirna).

Ao longo dos anos de 1987 e 1988, Sandra ganhou diversos prêmios e, em 1988, lançou o álbum Sandra de Sá. Este disco, traz outro grande hit em sua voz: Bye Bye Tristeza (de Marcos Valle e Carlos Colla). Outros sucessos são:

  • África (Gil Gerson e César Rossini);
  • Ninguém Tem Culpa (de Sandra e Luís Mendes Júnior
  • Tempo (de Paulo Miklos e Arnaldo Antunes, e com participação dos Titãs).

Mais sucessos de Sandra Sá

Em 1990, a artista lançou o disco Sandra!, que traz os sucessos:

  • Slogan (de Cassiano, com participação de Djavan e de Marina Lima);
  • Mandela (Ronaldo Barcelos e Guto Graça Melo);
  • Charles Anjo 45 (de Jorge Ben Jor, com participação do Olodum);
  • Ninguém Comigo Agora (de Frejat);
  • e a versão de Nelson Motta para a canção Cry Me A River (Como Um Rio), de Arthur Hamilton.

Em 1991, Sandra lançou o álbum Lucky!, que conta com os sucessos:

  • Mais do Mesmo (de Renato Russo, Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Rocha);
  • Não Tem Saída (de Augusto César e Paulo Sérgio Valle, com participação de Tim Maia);
  • e Blues da Piedade (de Cazuza e Frejat);
  • a faixa-título (de Renato Rocketh);
  • e de uma versão de Sandra para a canção I Love You Baby (Can’t Take My Eyes Off You), de Bob Crewe e Bob Glaudio.

Em 1993, é a vez do disco D’Sá, que traz os sucessos:

  • Free Lance e Depende de Você (ambas de Sandra com Macau);
  • Você (de Tim Maia);
  • Anjo Vaidoso (de Jorge Ben Jor);
  • e No Morro Não Tem Play (de Ivo Meirelles);
  • além de um pout pourri com canções de Luiz Gonzaga e seus parceiros: Baião, Qui Nem Jiló (com Humberto Teixeira) e O Xote das Meninas (com Zé Dantas).

E, em 1994, o LP Olhos Coloridos faz uma releitura de seus grandes sucessos até aqui, em uma pegada mais dance/música eletrônica.

Em 1996, Sandra lançou o disco A Lua Quem Sabe Sou Eu, que traz:

  • o hit Sozinha (de Peninha, depois gravado por Caetano Veloso, como Sozinho);
  • Vamos Viver (de Herbert Vianna);
  • Ecânico (de Carlinhos Brown);
  • e Telefone (de Júlio Barroso e Herman Torres). 

O disco traz também o super hit Soul de Verão, versão de Nelson Motta para a canção Fame, de Michael Gore e Dean Pitchford; além da canção Koo-lei-lei, de Sandra e Kevin Mullingan, em que a artista canta as suas influências africanas.

Homenagem a Tim Maia e outras parcerias

Em 1998, lança o álbum Eu Sempre Fui Sincero, Você Sabe Muito Bem, em que homenageia Tim Maia, cantando grandes sucessos do Síndico do Brasil, como:

  • Sossego;
  • Azul da Cor do Mar;
  • Eu Amo Você (de Cassiano e Silvio Rochael);
  • e A Festa de Santo Reis (Márcio Leonardo).

No ano 2000, é a vez do álbum Momentos que Marcam Demais, que conta com a participação de:

  • Cássia Eller na canção Um Tiro no Coração (de Nando Reis);
  • de O Gabriel Pensador em Dançando com a Vida (de Sandra, Gabriel, Ana Lima e Zé Ricardo);
  • de Marcelo Falcão na faixa Soul (de Pedro Luís);

Além dos sucessos:

  • Fogueira (de Paulinho Soledade e Paulo Henrique);
  • e Nós (de Sandra e Renata Arruda).

O show Momentos que Marcam Demais foi escolhido para a festa Brasil 500 anos, em Miami/USA.

Música Preta Brasileira

Em 2001, Sandra Sá fez uma apresentação marcante no Rock in Rio III e participou do evento Independence Day, nos Estados Unidos.

Neste mesmo ano, o termo “Música Preta Brasileira”, criado por Sandra, dá nome para o projeto musical alternativo que a artista desenvolveu até 2005, ao lado de Toni Garrido e Zé Ricardo, cantando músicas de Tim Maia (Fase Racional) e de Jorge Ben Jor (do disco Tábua de Esmeralda).

Em 2002, Sandra lançou o disco Pare, Olhe, Escute, em homenagem à Motown – famosa gravadora norte-americana de soul e R&B, a mais importante lançadora de artistas negros dos anos 60, e primeira gravadora gerida por negros nos Estados Unidos – com uma seleção de grandes sucessos, todos versionados em português. 

Entre as canções:

  • Qual É (versão de Nelson Motta para a canção What’s Going On, de Marvin Gaye, Al Cleveland e Renaldo “Obie” Benson);
  • Eu e Você (versão de Sandra e Carlos Rennó para a música Cruisin’, de William “Smokey” Robinson e Marvin Tarplin);
  • e A Paz Que Seus Olhos Têm (versão de Sandra, Zé Ricardo e Ronaldo Bastos para a canção My Girl, de William “Smokey” Robinson e Ronald White).

Este disco também conta com a participação de Djavan – na canção Nada Mais (versão de Ronaldo Bastos para a canção Lately, de Stevie Wonder) – e também participações de Rappin Hood e de Ed Motta.

Em 2003, Sandra lançou o álbum ao vivo Música Preta Brasileira, em que comemora os seus 25 anos de carreira. Entre as canções, vários sucessos já consagrados em sua voz, além de:

  • Boralá (Criolo Brasileiro) (dela e com participação de Gabriel, O Pensador); 
  • Com Você Tudo Fica Melhor (de Sandra e Zé Ricardo);
  • As Dores do Mundo (de Hyldon); e
  • Black is Beautiful (de Marcos e Paulo Sérgio Valle, com participação de Alcione e Luciana Mello).

Em 2004, Sandra saiu em turnê pelo Brasil e por países do exterior, como Portugal, África (Cabo Verde) e EUA.

Também neste ano, é homenageada por moradores – sendo votada por unanimidade, num pleito feito pela Secretaria Municipal do Rio de Janeiro – para dar nome à maior Lona Cultural da cidade, espaço para entretenimento e educação em Santa Cruz, na zona oeste.

Sandra atriz e Sandra realizadora

Em 2005, Sandra estreou no teatro, com a peça No Pé da Árvore de Natal, ao lado de Miguel Falabella e Stella Miranda, e também participou do seriado Sob Nova Direção, com as atrizes Ingrid Guimarães e Heloísa Perissé, na TV Globo.

Ainda em 2005, lançou seu primeiro DVD, Soul Brazuca, que reúne sucessos dos seus últimos discos e fez também shows na França.

Em 2006, atuou no filme Antônia, de Tata Amaral, que mostra histórias da vida de cantoras de rap da periferia de São Paulo e depois virou seriado, com produção do cineasta Fernando Meirelles). Neste mesmo ano, participou do Rock in Rio Lisboa.

Ainda em 2006, durante a Copa do Mundo, em Berlim, Sandra Sá deu canja com Ivete Sangalo e fez show no Projeto Copa da Cultura, ao lado de Gilberto Gil. Também fez shows em Portugal, nos Estados Unidos e na África.

Em 2007, a cantora iniciou o projeto de pesquisa Batucofonia, com o qual fez uma temporada de shows pelo Rio e realizou também o show de encerramento dos Jogos Parapan-Americanos, no Rio de Janeiro.

AABRARTE: Academia Afro-brasileira de Arte

Em 2008, fundou – com um grupo de artistas, intelectuais e formadores de opinião – a AABRARTE: Academia Afro-brasileira de Arte, e foi escolhida – ao lado de Margareth Menezes – como representante da Festa da Consciência Negra, promovida pela Prefeitura de Palmares, com apoio do Governo de Alagoas.

Neste mesmo ano, participou da exposição Mulheres, interpretando Chiquinha Gonzaga. E – como diretora musical – produziu e desenvolveu o show Do Jeito que Sua Alma Entende, do compositor e parceiro de longa data, Macau, que culminou no primeiro disco do artista, dono de um dos principais hits da carreira de Sandra (Olhos Coloridos, de 1982).

E Sandra Sá não pára!

Em 2010, a artista comemorou seus 30 anos de carreira e lançou o disco AfricaNatividade – Cheiro de Brasil, no qual – das 14 faixas – 12 são composições de suas, sozinha ou com parceiros, e as outras duas são: Sina (de Djavan) e África (de Gil Gerson e César Rossini). 

Entre os sucessos compostos por Sandra, estão:

  • Cheiro de Brasil (parceria com Macau);
  • Crioulo (parceria Adriana Millagres);
  • Baile No Asfalto (parceria com Moçamba, com a participação de Seu Jorge);
  • e Saudade da Gente (parceria com Zé Ricardo).

Neste mesmo ano, Sandra Sá foi uma das homenageadas da escola de samba Mangueira, com o enredo Mangueira É Música do Brasil e também estreou como intérprete oficial da escola Leandro de Itaquera, de São Paulo.

Em 2011, lançou o CD e DVD AfricaNatividade – 30 anos – Ao vivo, com canções consagradas durante toda a sua carreira e participações especiais de:

  • Elba Ramalho (na canção Imaginação, composição de Sandra);
  • Alcione (na música Copacabana, de Sandra e Zé Ricardo);
  • Maria Gadú (em Demônio Colorido);
  • Caetano Veloso (em Sozinho);
  • e João Donato (nas canções Crioulo e Emôrio, esta última, composição dele e de Gilberto Gil).

Neste mesmo ano, Sandra participou do projeto Playing For Change, que reúne músicos de todas as partes do mundo para cantar pela paz, e lançou o projeto O Baculeju da De Sá, que reuniu em palcos de várias cidades do país, importantes artistas de todas as gerações.

Em 2013, a artista criou e gravou o seu EP, Lado B, com importantes canções “lado B” de seus mais de 15 LPs e CDs de carreira. 

De “Sá” a “De Sá”

Sandra Sá também apoia o projeto de música com crianças e adolescentes do CCC (Centro Cultural Cartola), a montagem da turma de flautas e ações da CUFA, como Falcão – Mulheres do Tráfico.

Em 2016, ela lançou o álbum De “Sá” a “De Sá” – Os Primeiros Anos – com uma coletânea de seus sucessos de início de carreira.

Em 2019, compôs o samba-enredo para a escola Mocidade Independente de Padre Miguel, em homenagem à Elza Soares, em parceria com DR Márcio, Igor Vianna, Jefferson Oliveira, Prof. Laranjo, Renan Diniz, Solano Santos e Telmo Augusto.

Em 2021, Sandra Sá lançou o álbum Olhos Cor de Canela, gravado ao vivo em show realizado em 2018, chamado Baile da De Sá. Entre os sucessos do disco: a faixa-título (de Simone Malafaia e Eduardo Renatino) e Energia Surreal (de Ivo Mozart, Lucas Santos e Samuel Deoli).

Neste ano de 2023, Sandra estreou o Doc. Musical 80 – A Década do Vale Tudo, projeto criado pela dupla Frederico Reder e Marcos Nauer, que une ferramentas do documentário, do teatro e da música para contar a história dos grandes momentos da humanidade. 

Ainda neste ano, a artista vem lançando singles solo como Liberô Geral e Fogo.

Viva, Sandra Sá! Aproveite para escutar também a nossa audiobiografia especial dessa grande artista, no Acervo MPB, produção original da Novabrasil FM, que é praticamente uma enciclopédia da nossa música.

Aniversário de Sandra Sá: vida, obra e maiores sucessos

Hoje é aniversário de uma das maiores artistas da nossa MPB de todos os tempos: Sandra Sá!

Multiartista, a cantora, compositora, atriz e instrumentista carioca, que despontou na década de 80, é considerada a Rainha do Soul Brasileiro, com sua voz potente, interpretação voraz, cheia de suingue e letras que trazem mensagens importantes sobre conscientização social.

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Nos anos 90, Sandra fez um trocadilho com a sigla MPB, dizendo que ela podia ser também sobre Música Preta Brasileira, refletindo sobre:

“A nossa música é essencialmente preta – suingada/balançante – pois começa e termina no tambor, no suingue: Não há ritmo que cantemos ou toquemos aqui que não contenha um toque de brasilidade. Isto é a nossa pretitude. Até porque se é popular, é do nosso povo, que é altamente miscigenado.”

Para homenagear Sandra Sá neste dia especial, nós preparamos uma matéria que faz um passeio por sua vida e obra nesses 68 anos de existência! Aproveite!

Sandra Sá é considerada a Rainha do Soul Brasileiro | Foto: Reprodução/Instagram

Sandra Sá

O início de tudo

Sandra Cristina Frederico de Sá nasceu em Pilares, subúrbio da cidade do Rio de Janeiro, em 1955. Seu pai era baterista e a música esteve sempre muito presente em sua vida. O avô de Sandra é cabo-verdiano, daí vem a sua ancestralidade africana.

Acompanhando seu pai em shows, em sua adolescência, Sandra frequentava os bailes de gafieira, de samba e de soul de Pilares e região, além da quadra da escola de samba Caprichosos de Pilares, que frequenta até os dias atuais. 

Aprendeu sozinha a tocar violão e começou a compor suas letras ainda bem novinha. Com o incentivo dos pais, passou a se apresentar em escolas de samba. 

Em 1976, entrou na faculdade de Psicologia na Universidade Gama Filho e, no ano seguinte, conheceu o grupo de cantores e compositores: Joanna, Solange Boeke, Sarah Benchimol e Fafy Siqueira. Esta última, também atriz, passou a inscrever Sandra Sá em vários festivais pelo Rio de Janeiro.

Morenando

Em 1978, sua composição Morenando foi gravada pela grande sambista Leci Brandão. Em 1980, como era muito amiga de João e Lucinha Araújo, os pais de Cazuza e,  depois – também do próprio CazuzaSandra foi inscrita por eles no Festival MPB, da Rede Globo, no qual classificou a sua música: Demônio Colorido, que ficou entre as dez finalistas.

Esse foi o pontapé inicial para uma carreira de sucesso e Sandra Sá passou a ser  conhecida no Brasil inteiro. Logo em seguida, foi contratada pela gravadora RGE, onde Cazuza trabalhava como divulgador. Anos depois, o primeiro grande show da banda de Cazuza, Barão Vermelho, aconteceu na abertura de um show de Sandra, no Morro da Urca.

Os primeiros álbuns de Sandra Sá

Neste mesmo ano de 1980, Sandra Sá deixou a faculdade de Psicologia – antes de finalizar o curso – para dedicar-se integralmente à carreira artística, e lançou o seu primeiro álbum: Demônio Colorido.

Entre as canções do disco, estão:

  • a faixa-título;
  • Pé de Meia;
  • Essa Figura (essa e as faixas acima são composições de Sandra);
  • Bandeira;
  • Cantar (essa e a anterior de Sandra em parceria com Fafy Siqueira);
  • Saudade Vadia (parceria com Fátima e Solange);
  • além de gravações de Cavalo Ferro (de Fagner e Ricardo Bezerra);
  • É (de Gilberto Gil);
  • e Vinte e Poucos Anos (de Fábio Júnior).

Em 1982, a artista lançou o seu segundo álbum, Sandra Sá (Sandra só começou usar o “de Sá” como nome artístico alguns anos depois, e nos dias atuais tirou novamente o “de”), onde grava, pela primeira vez, um dos maiores sucessos de sua carreira: Olhos Coloridos, canção do compositor Macau

Outros sucessos do disco são as composições de Sandra:

  • Se Grile Não;
  • Ousadia (com Fafy Siqueira);
  • Sobreviver (com Monica Odeh);
  • Amor Meu (de Luiz Melodia e Ricardo Augusto);
  • Música Maravilha (de Tunai e Sérgio Natureza);
  • e Preciso Urgentemente Falar com Cassiano (de Fábio e Paulo Imperial).

Em 1983, Sandra Sá lançou o LP Vale Tudo, que teve a participação especial de Tim Maia, grande amigo de Sandra, que escolheu a cantora para fazer dueto com ele em sua canção, a qual dá nome ao disco. Tim e Sandra sempre tiveram uma grande identificação musical, por conta das fortes influências da black music em suas carreiras.

Outros sucessos do disco são:

  • Trem da Central (de Sandra, Macau e Durval Ferreira);
  • Musa (só de Sandra);
  • Onda Negra (de Irinéa Maria Ribeiro);
  • e Só As Estrelas (de Guilherme Arantes).

Maternidade e premiações

Em 1984, nasceu Luiz Jorge Frederico de Sá, único filho da cantora, que escolheu Cazuza para ser seu padrinho.

Neste mesmo ano, a artista lançou o disco Sandra Sá, que traz duas músicas sobre a maternidade:

  • Muito Prazer (de Guto Graça Melo e Naila Skorpio) e Filho (de Jamil Joanes).

Além disso, traz as canções tradicionais:

  • Canto de Oxóssi;
  • Canto de Oxum;
  • Baticum (Lulu Santos e Nelson Motta);
  • Férias de Verão (Guilherme Arantes);
  • e Sem Conexão com o Mundo Exterior (Cazuza e Frejat).

Ainda em 1984, Sandra teve muito sucesso com a gravação da canção Enredo do Meu Samba, de Dona Ivone Lara e Jorge Aragão, que tornou-se música de abertura da novela Partido Alto. Em toda a sua carreira, Sandra Sá foi uma das maiores cantoras de trilha e aberturas de novela.

Em 1986, ela lançou o álbum Sandra Sá, que traz outros quatro grandes hits de sua carreira: os super sucessos:

  • Retratos e Canções e Joga Fora (ambas de Michael Sullivan e Paulo Massadas);
  • Solidão (Chico Roque e Carlos Colla);
  • e Não Vá (de Sandra Sá e Mirna).

Ao longo dos anos de 1987 e 1988, Sandra ganhou diversos prêmios e, em 1988, lançou o álbum Sandra de Sá. Este disco, traz outro grande hit em sua voz: Bye Bye Tristeza (de Marcos Valle e Carlos Colla). Outros sucessos são:

  • África (Gil Gerson e César Rossini);
  • Ninguém Tem Culpa (de Sandra e Luís Mendes Júnior
  • Tempo (de Paulo Miklos e Arnaldo Antunes, e com participação dos Titãs).

Mais sucessos de Sandra Sá

Em 1990, a artista lançou o disco Sandra!, que traz os sucessos:

  • Slogan (de Cassiano, com participação de Djavan e de Marina Lima);
  • Mandela (Ronaldo Barcelos e Guto Graça Melo);
  • Charles Anjo 45 (de Jorge Ben Jor, com participação do Olodum);
  • Ninguém Comigo Agora (de Frejat);
  • e a versão de Nelson Motta para a canção Cry Me A River (Como Um Rio), de Arthur Hamilton.

Em 1991, Sandra lançou o álbum Lucky!, que conta com os sucessos:

  • Mais do Mesmo (de Renato Russo, Dado Villa-Lobos, Marcelo Bonfá e Renato Rocha);
  • Não Tem Saída (de Augusto César e Paulo Sérgio Valle, com participação de Tim Maia);
  • e Blues da Piedade (de Cazuza e Frejat);
  • a faixa-título (de Renato Rocketh);
  • e de uma versão de Sandra para a canção I Love You Baby (Can’t Take My Eyes Off You), de Bob Crewe e Bob Glaudio.

Em 1993, é a vez do disco D’Sá, que traz os sucessos:

  • Free Lance e Depende de Você (ambas de Sandra com Macau);
  • Você (de Tim Maia);
  • Anjo Vaidoso (de Jorge Ben Jor);
  • e No Morro Não Tem Play (de Ivo Meirelles);
  • além de um pout pourri com canções de Luiz Gonzaga e seus parceiros: Baião, Qui Nem Jiló (com Humberto Teixeira) e O Xote das Meninas (com Zé Dantas).

E, em 1994, o LP Olhos Coloridos faz uma releitura de seus grandes sucessos até aqui, em uma pegada mais dance/música eletrônica.

Em 1996, Sandra lançou o disco A Lua Quem Sabe Sou Eu, que traz:

  • o hit Sozinha (de Peninha, depois gravado por Caetano Veloso, como Sozinho);
  • Vamos Viver (de Herbert Vianna);
  • Ecânico (de Carlinhos Brown);
  • e Telefone (de Júlio Barroso e Herman Torres). 

O disco traz também o super hit Soul de Verão, versão de Nelson Motta para a canção Fame, de Michael Gore e Dean Pitchford; além da canção Koo-lei-lei, de Sandra e Kevin Mullingan, em que a artista canta as suas influências africanas.

Homenagem a Tim Maia e outras parcerias

Em 1998, lança o álbum Eu Sempre Fui Sincero, Você Sabe Muito Bem, em que homenageia Tim Maia, cantando grandes sucessos do Síndico do Brasil, como:

  • Sossego;
  • Azul da Cor do Mar;
  • Eu Amo Você (de Cassiano e Silvio Rochael);
  • e A Festa de Santo Reis (Márcio Leonardo).

No ano 2000, é a vez do álbum Momentos que Marcam Demais, que conta com a participação de:

  • Cássia Eller na canção Um Tiro no Coração (de Nando Reis);
  • de O Gabriel Pensador em Dançando com a Vida (de Sandra, Gabriel, Ana Lima e Zé Ricardo);
  • de Marcelo Falcão na faixa Soul (de Pedro Luís);

Além dos sucessos:

  • Fogueira (de Paulinho Soledade e Paulo Henrique);
  • e Nós (de Sandra e Renata Arruda).

O show Momentos que Marcam Demais foi escolhido para a festa Brasil 500 anos, em Miami/USA.

Música Preta Brasileira

Em 2001, Sandra Sá fez uma apresentação marcante no Rock in Rio III e participou do evento Independence Day, nos Estados Unidos.

Neste mesmo ano, o termo “Música Preta Brasileira”, criado por Sandra, dá nome para o projeto musical alternativo que a artista desenvolveu até 2005, ao lado de Toni Garrido e Zé Ricardo, cantando músicas de Tim Maia (Fase Racional) e de Jorge Ben Jor (do disco Tábua de Esmeralda).

Em 2002, Sandra lançou o disco Pare, Olhe, Escute, em homenagem à Motown – famosa gravadora norte-americana de soul e R&B, a mais importante lançadora de artistas negros dos anos 60, e primeira gravadora gerida por negros nos Estados Unidos – com uma seleção de grandes sucessos, todos versionados em português. 

Entre as canções:

  • Qual É (versão de Nelson Motta para a canção What’s Going On, de Marvin Gaye, Al Cleveland e Renaldo “Obie” Benson);
  • Eu e Você (versão de Sandra e Carlos Rennó para a música Cruisin’, de William “Smokey” Robinson e Marvin Tarplin);
  • e A Paz Que Seus Olhos Têm (versão de Sandra, Zé Ricardo e Ronaldo Bastos para a canção My Girl, de William “Smokey” Robinson e Ronald White).

Este disco também conta com a participação de Djavan – na canção Nada Mais (versão de Ronaldo Bastos para a canção Lately, de Stevie Wonder) – e também participações de Rappin Hood e de Ed Motta.

Em 2003, Sandra lançou o álbum ao vivo Música Preta Brasileira, em que comemora os seus 25 anos de carreira. Entre as canções, vários sucessos já consagrados em sua voz, além de:

  • Boralá (Criolo Brasileiro) (dela e com participação de Gabriel, O Pensador); 
  • Com Você Tudo Fica Melhor (de Sandra e Zé Ricardo);
  • As Dores do Mundo (de Hyldon); e
  • Black is Beautiful (de Marcos e Paulo Sérgio Valle, com participação de Alcione e Luciana Mello).

Em 2004, Sandra saiu em turnê pelo Brasil e por países do exterior, como Portugal, África (Cabo Verde) e EUA.

Também neste ano, é homenageada por moradores – sendo votada por unanimidade, num pleito feito pela Secretaria Municipal do Rio de Janeiro – para dar nome à maior Lona Cultural da cidade, espaço para entretenimento e educação em Santa Cruz, na zona oeste.

Sandra atriz e Sandra realizadora

Em 2005, Sandra estreou no teatro, com a peça No Pé da Árvore de Natal, ao lado de Miguel Falabella e Stella Miranda, e também participou do seriado Sob Nova Direção, com as atrizes Ingrid Guimarães e Heloísa Perissé, na TV Globo.

Ainda em 2005, lançou seu primeiro DVD, Soul Brazuca, que reúne sucessos dos seus últimos discos e fez também shows na França.

Em 2006, atuou no filme Antônia, de Tata Amaral, que mostra histórias da vida de cantoras de rap da periferia de São Paulo e depois virou seriado, com produção do cineasta Fernando Meirelles). Neste mesmo ano, participou do Rock in Rio Lisboa.

Ainda em 2006, durante a Copa do Mundo, em Berlim, Sandra Sá deu canja com Ivete Sangalo e fez show no Projeto Copa da Cultura, ao lado de Gilberto Gil. Também fez shows em Portugal, nos Estados Unidos e na África.

Em 2007, a cantora iniciou o projeto de pesquisa Batucofonia, com o qual fez uma temporada de shows pelo Rio e realizou também o show de encerramento dos Jogos Parapan-Americanos, no Rio de Janeiro.

AABRARTE: Academia Afro-brasileira de Arte

Em 2008, fundou – com um grupo de artistas, intelectuais e formadores de opinião – a AABRARTE: Academia Afro-brasileira de Arte, e foi escolhida – ao lado de Margareth Menezes – como representante da Festa da Consciência Negra, promovida pela Prefeitura de Palmares, com apoio do Governo de Alagoas.

Neste mesmo ano, participou da exposição Mulheres, interpretando Chiquinha Gonzaga. E – como diretora musical – produziu e desenvolveu o show Do Jeito que Sua Alma Entende, do compositor e parceiro de longa data, Macau, que culminou no primeiro disco do artista, dono de um dos principais hits da carreira de Sandra (Olhos Coloridos, de 1982).

E Sandra Sá não pára!

Em 2010, a artista comemorou seus 30 anos de carreira e lançou o disco AfricaNatividade – Cheiro de Brasil, no qual – das 14 faixas – 12 são composições de suas, sozinha ou com parceiros, e as outras duas são: Sina (de Djavan) e África (de Gil Gerson e César Rossini). 

Entre os sucessos compostos por Sandra, estão:

  • Cheiro de Brasil (parceria com Macau);
  • Crioulo (parceria Adriana Millagres);
  • Baile No Asfalto (parceria com Moçamba, com a participação de Seu Jorge);
  • e Saudade da Gente (parceria com Zé Ricardo).

Neste mesmo ano, Sandra Sá foi uma das homenageadas da escola de samba Mangueira, com o enredo Mangueira É Música do Brasil e também estreou como intérprete oficial da escola Leandro de Itaquera, de São Paulo.

Em 2011, lançou o CD e DVD AfricaNatividade – 30 anos – Ao vivo, com canções consagradas durante toda a sua carreira e participações especiais de:

  • Elba Ramalho (na canção Imaginação, composição de Sandra);
  • Alcione (na música Copacabana, de Sandra e Zé Ricardo);
  • Maria Gadú (em Demônio Colorido);
  • Caetano Veloso (em Sozinho);
  • e João Donato (nas canções Crioulo e Emôrio, esta última, composição dele e de Gilberto Gil).

Neste mesmo ano, Sandra participou do projeto Playing For Change, que reúne músicos de todas as partes do mundo para cantar pela paz, e lançou o projeto O Baculeju da De Sá, que reuniu em palcos de várias cidades do país, importantes artistas de todas as gerações.

Em 2013, a artista criou e gravou o seu EP, Lado B, com importantes canções “lado B” de seus mais de 15 LPs e CDs de carreira. 

De “Sá” a “De Sá”

Sandra Sá também apoia o projeto de música com crianças e adolescentes do CCC (Centro Cultural Cartola), a montagem da turma de flautas e ações da CUFA, como Falcão – Mulheres do Tráfico.

Em 2016, ela lançou o álbum De “Sá” a “De Sá” – Os Primeiros Anos – com uma coletânea de seus sucessos de início de carreira.

Em 2019, compôs o samba-enredo para a escola Mocidade Independente de Padre Miguel, em homenagem à Elza Soares, em parceria com DR Márcio, Igor Vianna, Jefferson Oliveira, Prof. Laranjo, Renan Diniz, Solano Santos e Telmo Augusto.

Em 2021, Sandra Sá lançou o álbum Olhos Cor de Canela, gravado ao vivo em show realizado em 2018, chamado Baile da De Sá. Entre os sucessos do disco: a faixa-título (de Simone Malafaia e Eduardo Renatino) e Energia Surreal (de Ivo Mozart, Lucas Santos e Samuel Deoli).

Neste ano de 2023, Sandra estreou o Doc. Musical 80 – A Década do Vale Tudo, projeto criado pela dupla Frederico Reder e Marcos Nauer, que une ferramentas do documentário, do teatro e da música para contar a história dos grandes momentos da humanidade. 

Ainda neste ano, a artista vem lançando singles solo como Liberô Geral e Fogo.

Viva, Sandra Sá! Aproveite para escutar também a nossa audiobiografia especial dessa grande artista, no Acervo MPB, produção original da Novabrasil FM, que é praticamente uma enciclopédia da nossa música.

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