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Há 101 anos nascia Salvador, na Bahia, Waldeck Artur de Macedo, o Gordurinha (apelido que ganhou por conta da sua magreza). Para homenageá-lo, confira a história de duas composições suas “Chiclete com Banana” e “Súplica Cearense”.

Esta matéria tem o objetivo de homenagear grandes compositores da nossa música popular brasileira – que são tão importantes e têm uma contribuição tão significativa quanto cantores, intérpretes e músicos. Damos continuidade à série Saudando Grandes Compositores da MPB, em que contamos a história de grandes clássicos das carreiras desses artistas.

Gordurinha, Waldeck Artur de Macedo | Foto: Reprodução

Gordurinha

Cantor, compositor, radialista e humorista, Gordurinha aprendeu a tocar violão com 16 anos, mesma época em que começou a carreira artística, apresentando-se em um programa de calouros na Rádio Sociedade da Bahia, em Salvador.

Na década de 1940, tentou pela primeira vez a sorte no Rio de Janeiro, sem sucesso. Retornou então a Salvador para, em 1952, retornar ao Rio e ingressar como radialista na Rádio Nacional

Entre 1960 e 1968 gravou os cinco discos de sua carreira, com canções de teor humorístico. O primeiro foi Mamãe estou Agradando, de 1960, mas – antes disso – teve suas composições gravadas por outros intérpretes.

Quero me Casar foi sua primeira composição gravada, em 1954, pelo cantor carioca Jorge Veiga.

Nos anos 60, o artista baiano passou ainda a produzir o grupo Trio Nordestino, que gravou algumas das suas composições, como Carta a Maceió

Antes da sua morte, aos 46 anos, vítima de um infarto, em 1969, Gordurinha começou a gravar discos com mensagens mais diretas e interventivas, todas relacionadas com as realidades da vida. 

Saudando Grandes Compositores da MPB

Entre os sucessos compostos por Gordurinha, escolhemos contar a história de dois grandes clássicos: Chiclete com Banana e Súplica Cearense.

A história da música “Chiclete com Banana” (1958), de Gordurinha e Almira Castilho 

Um dos maiores clássicos da música brasileira, Chiclete com Banana inspirou nome de banda, peça de teatro e até tirinhas de jornal do cartunista Angeli. Ela é uma composição creditada a Gordurinha e Almira Castilho, e gravada pela primeira vez pela cantora Odete Amaral, em um compacto de 1958. 

A música faz uma crítica à invasão estrangeira na música brasileira, refletindo uma preocupação em manter o samba livre da influência internacional: uma afirmação da música brasileira, trazendo (com humor) a concorrência que o samba passou a enfrentar com os ritmos de fora: do bebop – um dos estilos do jazz em voga nos anos 1950 – ao rock, que começava a se espalhar pelo mundo. 

Mesmo criticando a excessiva influência de ritmos estrangeiros no Brasil, a canção é uma espécie de samba-bop e também anunciava um novo híbrido, que, anos depois, seria realidade com Jorge Ben Jor.

Na letra engenhosa e no ritmo sincopado se fundem gêneros que, apesar de espalhados pelo continente americano, têm as mesmas raízes africanas: jazz (bebop, boogie-woogie), rumba, samba e coco:

Só ponho bebop no meu samba
Quando o tio Sam pegar no tamborim
Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba
Quando ele entender que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim

Bebop, Bebop, Bebop
Bebop, Bebop, Bebop
Bebop, Bebop, Bebop
Quero ver a grande confusão
Bebop, Bebop, Bebop,
Bebop, Bebop, Bebop,
Bebop, Bebop, Bebop,
É o samba-rock, meu irmão

Mas em compensação
Quero ver o boogie-woogie de pandeiro e violão
Quero ver o tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira
Quero ver o tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira

A ideia da composição partiu de Gordurinha, que a levou ao paraibano Jackson do Pandeiro e à pernambucana Almira Castilho, casados na época.

No livro Jackson do Pandeiro: o Rei do Ritmo, de Fernando Moura e Antônio Vicente (2001), Almira conta que o samba foi feito a seis mãos: Gordurinha apresentou a ideia à dupla, já com alguns versos e um esboço da melodia, e Jackson e Almira completaram a canção, mexendo no arranjo e acrescentando alguns cacos e expressões regionais. 

Companheira de Jackson do Pandeiro no palco e na vida entre 1956-1967, Almira Carrilho explica que a música só foi creditada em seu nome e de Gordurinha, pois – na época de lançamento de Chiclete com Banana – ela e o marido não podiam dividir composições, por serem filiados a associações de autores diferentes: ele estava na UBC (União Brasileira de Compositores) e ela, na SBACEM (Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música). 

O sucesso da canção veio mesmo no ritmo e na voz de Jackson do Pandeiro, que a gravou em 1959, com seu inconfundível gingado e divisão rítmica. Outra gravação de peso foi a de Gilberto Gil, em 1972, no disco Expresso 2222, quando o cantor estava voltando do exílio em Londres.

A história da música “Súplica Cearense” (1960, de Gordurinha e Nelinho

Súplica Cearense é uma das mais emblemáticas composições que trata da difícil vida da população que sofre com a seca no Nordeste brasileiro, mas também com as fortes chuvas. 

A composição de Gordurinha e Nelinho foi gravada por muitos artistas, sendo uma das principais interpretações a do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.

Gordurinha contava que a inspiração para a composição deste hino de solidariedade veio durante os bastidores de um programa de TV que naquele momento fazia campanha para arrecadar alimentos e dinheiro para famílias que ficaram desabrigadas devido às fortes chuvas que atingiram a região Nordeste do país. Os autores pediram para apresentar a música ali mesmo, ao vivo!

Súplica Cearense foi gravada por diversos grandes nomes da música popular brasileira, como:

  • Elba Ramalho;
  • Fagner;
  • Zé Ramalho;
  • e O Rappa.

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar

Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol arretirou
Fazendo cair toda a chuva que há

Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedi pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão

Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração

Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar

Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará

​​Gostou de saber mais sobre as histórias de grandes canções da nossa música popular brasileira? Continue acompanhando a nossa série Saudando Grandes Compositores da MPB. Hoje, homenageamos o aniversariante Gordurinha.

Gordurinha: a história de “Chiclete com Banana” e “Súplica Cearense”

Há 101 anos nascia Salvador, na Bahia, Waldeck Artur de Macedo, o Gordurinha (apelido que ganhou por conta da sua magreza). Para homenageá-lo, confira a história de duas composições suas “Chiclete com Banana” e “Súplica Cearense”.

Esta matéria tem o objetivo de homenagear grandes compositores da nossa música popular brasileira – que são tão importantes e têm uma contribuição tão significativa quanto cantores, intérpretes e músicos. Damos continuidade à série Saudando Grandes Compositores da MPB, em que contamos a história de grandes clássicos das carreiras desses artistas.

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Gordurinha, Waldeck Artur de Macedo | Foto: Reprodução

Gordurinha

Cantor, compositor, radialista e humorista, Gordurinha aprendeu a tocar violão com 16 anos, mesma época em que começou a carreira artística, apresentando-se em um programa de calouros na Rádio Sociedade da Bahia, em Salvador.

Na década de 1940, tentou pela primeira vez a sorte no Rio de Janeiro, sem sucesso. Retornou então a Salvador para, em 1952, retornar ao Rio e ingressar como radialista na Rádio Nacional

Entre 1960 e 1968 gravou os cinco discos de sua carreira, com canções de teor humorístico. O primeiro foi Mamãe estou Agradando, de 1960, mas – antes disso – teve suas composições gravadas por outros intérpretes.

Quero me Casar foi sua primeira composição gravada, em 1954, pelo cantor carioca Jorge Veiga.

Nos anos 60, o artista baiano passou ainda a produzir o grupo Trio Nordestino, que gravou algumas das suas composições, como Carta a Maceió

Antes da sua morte, aos 46 anos, vítima de um infarto, em 1969, Gordurinha começou a gravar discos com mensagens mais diretas e interventivas, todas relacionadas com as realidades da vida. 

Saudando Grandes Compositores da MPB

Entre os sucessos compostos por Gordurinha, escolhemos contar a história de dois grandes clássicos: Chiclete com Banana e Súplica Cearense.

A história da música “Chiclete com Banana” (1958), de Gordurinha e Almira Castilho 

Um dos maiores clássicos da música brasileira, Chiclete com Banana inspirou nome de banda, peça de teatro e até tirinhas de jornal do cartunista Angeli. Ela é uma composição creditada a Gordurinha e Almira Castilho, e gravada pela primeira vez pela cantora Odete Amaral, em um compacto de 1958. 

A música faz uma crítica à invasão estrangeira na música brasileira, refletindo uma preocupação em manter o samba livre da influência internacional: uma afirmação da música brasileira, trazendo (com humor) a concorrência que o samba passou a enfrentar com os ritmos de fora: do bebop – um dos estilos do jazz em voga nos anos 1950 – ao rock, que começava a se espalhar pelo mundo. 

Mesmo criticando a excessiva influência de ritmos estrangeiros no Brasil, a canção é uma espécie de samba-bop e também anunciava um novo híbrido, que, anos depois, seria realidade com Jorge Ben Jor.

Na letra engenhosa e no ritmo sincopado se fundem gêneros que, apesar de espalhados pelo continente americano, têm as mesmas raízes africanas: jazz (bebop, boogie-woogie), rumba, samba e coco:

Só ponho bebop no meu samba
Quando o tio Sam pegar no tamborim
Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba
Quando ele entender que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim

Bebop, Bebop, Bebop
Bebop, Bebop, Bebop
Bebop, Bebop, Bebop
Quero ver a grande confusão
Bebop, Bebop, Bebop,
Bebop, Bebop, Bebop,
Bebop, Bebop, Bebop,
É o samba-rock, meu irmão

Mas em compensação
Quero ver o boogie-woogie de pandeiro e violão
Quero ver o tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira
Quero ver o tio Sam de frigideira
Numa batucada brasileira

A ideia da composição partiu de Gordurinha, que a levou ao paraibano Jackson do Pandeiro e à pernambucana Almira Castilho, casados na época.

No livro Jackson do Pandeiro: o Rei do Ritmo, de Fernando Moura e Antônio Vicente (2001), Almira conta que o samba foi feito a seis mãos: Gordurinha apresentou a ideia à dupla, já com alguns versos e um esboço da melodia, e Jackson e Almira completaram a canção, mexendo no arranjo e acrescentando alguns cacos e expressões regionais. 

Companheira de Jackson do Pandeiro no palco e na vida entre 1956-1967, Almira Carrilho explica que a música só foi creditada em seu nome e de Gordurinha, pois – na época de lançamento de Chiclete com Banana – ela e o marido não podiam dividir composições, por serem filiados a associações de autores diferentes: ele estava na UBC (União Brasileira de Compositores) e ela, na SBACEM (Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música). 

O sucesso da canção veio mesmo no ritmo e na voz de Jackson do Pandeiro, que a gravou em 1959, com seu inconfundível gingado e divisão rítmica. Outra gravação de peso foi a de Gilberto Gil, em 1972, no disco Expresso 2222, quando o cantor estava voltando do exílio em Londres.

A história da música “Súplica Cearense” (1960, de Gordurinha e Nelinho

Súplica Cearense é uma das mais emblemáticas composições que trata da difícil vida da população que sofre com a seca no Nordeste brasileiro, mas também com as fortes chuvas. 

A composição de Gordurinha e Nelinho foi gravada por muitos artistas, sendo uma das principais interpretações a do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.

Gordurinha contava que a inspiração para a composição deste hino de solidariedade veio durante os bastidores de um programa de TV que naquele momento fazia campanha para arrecadar alimentos e dinheiro para famílias que ficaram desabrigadas devido às fortes chuvas que atingiram a região Nordeste do país. Os autores pediram para apresentar a música ali mesmo, ao vivo!

Súplica Cearense foi gravada por diversos grandes nomes da música popular brasileira, como:

  • Elba Ramalho;
  • Fagner;
  • Zé Ramalho;
  • e O Rappa.

Oh! Deus, perdoe este pobre coitado
Que de joelhos rezou um bocado
Pedindo pra chuva cair sem parar

Oh! Deus, será que o senhor se zangou
E só por isso o sol arretirou
Fazendo cair toda a chuva que há

Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedi pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão

Oh! Deus, se eu não rezei direito o Senhor me perdoe
Eu acho que a culpa foi
Desse pobre que nem sabe fazer oração

Meu Deus, perdoe eu encher os meus olhos de água
E ter-lhe pedido cheinho de mágoa
Pro sol inclemente se arretirar

Desculpe eu pedir a toda hora pra chegar o inverno
Desculpe eu pedir para acabar com o inferno
Que sempre queimou o meu Ceará

​​Gostou de saber mais sobre as histórias de grandes canções da nossa música popular brasileira? Continue acompanhando a nossa série Saudando Grandes Compositores da MPB. Hoje, homenageamos o aniversariante Gordurinha.

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